Coragem, confiança, trocas e gratidão são ingredientes fundamentais nestes dias incertos nos quais somos impelidos a entrar nos automatismos e a repetir velhas formas que nos fizeram chegar até aqui. Precisamos cultivar diariamente essas qualidades cordiais (do coração) para que sejamos impelidos a seguir em frente na busca do sentido do nosso existir para além de nós mesmos.

Coragem para expor quem somos na essência, mesmo que nosso ego teime em nos ocultar de quem verdadeiramente somos. Nos perguntarmos quais são nossas qualidades essenciais e o que nos impede de cultivá-las? Coragem para apropriar-se dos medos, para que os reconheçamos e possamos seguir com eles sem que nos cause paralisias ou impulsos infrutíferos.

Coragem é agir com o coração, seguir o fluxo com intensidade e ritmo. Coração que pulsa, no fluir da vida, mas que precisa de pausa entre a sístole e a diástole, levar o sangue para periferia e trazer para dentro, em um ir e vir ritmado. A coragem não é a falta de medo, mas a possibilidade de agirmos a partir do nosso sentir, buscando integrar todo o nosso pensar e querer nesse movimento que nos leva às ações genuínas.

Confiar é fiar junto. O tecido da vida não se faz sozinho, se faz com os companheiros de caminho e com o imponderável de outras dimensões que nossos limitados sentidos não conseguem perceber. Podemos refletir sobre o passado e viver o presente. E o futuro? Esse advir que nos escapa aos dedos, do qual não temos nenhum controle. Quantas vezes, planejamos tudo e algo acontece de forma totalmente inusitada ou caótica?

Precisamos, de forma incessante e consciente, agir para esse futuro desejado acontecer, mas não podemos acreditar que somos capazes de controlá-lo, muito menos ficarmos de braços cruzados esperando ele chegar. Sofremos quando tentamos dominar esse advir, pois a mudança é constante e tentamos desesperadamente controlar o incontrolável. Então, faça o melhor que puder, mas sempre confie, confie e confie!

Coragem e confiança ficam em terreno árido se não vierem acompanhadas de trocas com outros seres humanos. A troca verdadeira significa mais do que estabelecer conexões com outras pessoas e conviver junto. É preciso encontros verdadeiros a partir do coração, onde você mostra verdadeiramente quem é, faz uma pausa para sentir quem o outro é, para além dos pré-juízos. Esses encontros não são corriqueiros, exigem esforço, atenção e abertura. Quando acontecem nos enchem de alegria e alimentam a alma de esperança.

E se por fim, você conseguir tudo isso virá naturalmente um enorme sentimento de gratidão. Gratidão pela possibilidade de ter tido coragem de agir na vida de forma inteira e verdadeira. Gratidão por ter confiado em si mesmo e na força que impulsiona todo o universo. Gratidão pelos encontros verdadeiros que pôde estabelecer.

Que possamos promover pausas para respirar e sentir o pulsar do coração. E assim, termos coragem para viver, confiança para agir, trocas para sentir e gratidão para nos alegrar!

TEREZILDE SAMPAIO
terezilde.sampaio@ecosocial.com.br

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