Por Marcus Baptista 
Coach de times, coach executivo credenciado  
e consultor organizacional associado ao EcoSocial. 
 

Na minha experiência profissional, propósito claro é o principal fator de engajamento — tanto para líderes quanto para liderados nas organizações. Quando essa clareza falta, o trabalho perde sentido, e o vínculo com a organização paulatinamente se enfraquece. 
 
Entre líderes, essa ausência de propósito costuma vir acompanhada de uma sobrecarga de demandas e baixa clareza estratégica, o que gera cansaço, isolamento decisório e uma perda de conexão com o que realmente importa.  
 
Já nos times, o desengajamento aparece também com a falta de reconhecimento genuíno, de serem escutados verdadeiramente e da percepção pouco clara do impacto ou relevância do seu trabalho. 
 
Esse contexto compromete o que é mais essencial: a confiança.  
 
Sem propósito, sem reconhecimento e sem escuta, não se cria um ambiente psicologicamente seguro. E sem segurança, as pessoas se retraem, deixam de colaborar, criam defesas — e o espaço criativo e generativo se fecha. 

Engajamento nasce do sentido compartilhado, da conexão entre o que se faz e o porquê se faz. É isso que dá direção, nutre vínculos e sustenta a motivação — porque não se trata apenas de entregar, mas de contribuir com algo que tem valor e significado. 
 
O trabalho remoto, nesse cenário, tem limitações claras. Ele é útil para execução, foco, volume. Mas quando falamos de aprendizado (coletivo ou individual) e criação, o presencial ainda é insubstituível. Isso sem considerar que essas interações e trocas constroem confiança e vínculos. 
 
Por isso, ao falar de engajamento, precisamos ir além da colaboração ou da segurança psicológica. É preciso cultivar: 

  1. Sentido na tarefa – não como discurso, mas como vivência real: perceber que o que faço tem valor. 
  1. Liberdade responsável – ter espaço para agir com autonomia e consciência. 
  1. Desenvolvimento integral – onde o trabalho também é um caminho de autoconhecimento e evolução. 
  1. Accountability – consciência de responsabilização em relação ao que se faz e se colabora. 

Quando esses elementos estão presentes, o trabalho se torna um espaço de vida, não apenas de entrega, e o engajamento é natural pois faz sentido.  

“Líderes engajam quando sentem que transformam. 
Times engajam quando sabem que pertencem e contribuem.  
E organizações florescem quando se lembram de que, no centro de tudo, está o humano — buscando sentido, vínculo e realização. 
 

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