Segundo a antroposofia, no primeiro setênio, temos o encontro entre a parte espiritual da individualidade, o Eu, e a parte biológica, preparada após a fecundação no ventre materno. É durante esse período que ocorre a estruturação do sistema neurosensorial e, portanto, dos órgãos da cabeça, do sistema nervoso central e dos órgãos do sentido. Uma criança bem cuidada nesses primeiros sete anos de vida forma uma pessoa confiante e equilibrada, o que implica diretamente no modo como interage com o mundo e com as outras pessoas, tornando tal atenção essencial para o funcionamento da sociedade.
Além do desenvolvimento físico, que é muito importante nessa fase, temos também o chamado desenvolvimento anímico que, assim como o físico, requer cuidados como aconchego, amor, calor, alimento, limite e, acima de tudo, confiança. Quem cria essa atmosfera são os pais: a presença da mãe é fundamental, já que o elo de ligação entre ela e a criança permanece, através do corpo vital, até os 7 anos, quando a autonomia passa a reinar.
Em maio, estreou o documentário “O começo da vida”, uma produção internacional diriga por Estela Renner – sócia da produtora Maria Farinha Filmes, que retrata famílias de diferentes culturas, nacionalidades e realidades socioeconômicas e suas visões sobre o desenvolvimento infantil. O filme traz, além disso, diversos especialistas de áreas como saúde, pedagogia e filosofia, para mostrar a importância dos primeiros anos de vida na formação do indivíduo, no seu desenvolvimento e no impacto que tal fase tem para a vida e para a construção da sociedade.
Para aqueles que se interessam pelo tema, valorizam o desenvolvimento humano ou desejam atuar de alguma forma positiva neste momento de crise moral que o país enfrenta, assistir ao documentário e aplicar esses valores na educação de nossos futuros cidadãos pode ser um primeiro passo.

http://www.fmcsv.org.br/pt-br/o-que-fazemos/filme-o-comeco-da-vida/Paginas/filme-o-comeco-da-vida.aspx

MÔNICA DALGÉ
monica.dalge@ecosocial.com.br

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