Em minhas andanças pelo Brasil, facilitando mais de 40 workshops sobre conflitos nas organizações, ouço das lideranças participantes o quanto se sentem aprisionadas por emoções e estresse em situações que geram endurecimento nas relações. Como consequência, surgem as reações de confronto, afastamentos, ataques e até vingança, que tornam o ambiente organizacional um palco de desconfortos não resolvidos.

Infelizmente, essas atitudes, muitas vezes automatizadas e inconscientes, bloqueiam a possibilidade de pessoas caminharem em direção a soluções onde possam construir um novo patamar de relacionamento, sob novas regras de conduta que atendam necessidades de todos os envolvidos.

O protagonismo individual e a verdadeira vontade é que ajudam o líder a sair de reações oriundas do medo, da paralisia ou da raiva, dando o primeiro passo para um diálogo construtivo: “Aquele que tem maior consciência tem a responsabilidade de não permitir que o conflito avance”.

O que nos endurece e fere nos relacionamentos sempre envolve uma situação, que é o palco do endurecimento; o eu (que se julga “vítima”), e o outro (julgado o “causador de meus dissabores”). Tudo acontece em um contexto organizacional recheado do “seu jeito próprio de ser”, onde o eu e o outro se inserem também com “seus própriosjeitos de serem”. Este é o desafio do líder que quer ser protagonista na solução de seus desconfortos de relacionamentos com sua equipe, seu chefe, seus pares, seus fornecedores. E o que facilita vencer esse desafio é a forma como vai se lidar com este espaço de endurecimento entre “eu e o outro”.

Manter a orientação equilibrada entre “eu e o outro” é o primeiro passo. É preciso olhar a si próprio sem condescendência e buscar a empatia mútua entre os diferentes pontos de vista dos envolvidos, os sentimentos e as necessidades não atendidas que geraram o endurecimento.

Várias práticas neste processo são possíveis de serem aprendidas pelo líder para facilitar suas ações neste momento: como entender as diferentes percepções existentes sem gerar confrontos ouvindo com atenção plena; como conhecer as necessidades não atendidas na situação que geraram o desconforto; como co-construir novas bases de relacionamento, entre outras.

A dinâmica do diálogo construtivo é muito simples, mas muito poderosa. Entendê-la e praticá-la têm ajudado lideranças a trilhar um novo caminho para relacionamentos mais saudáveis e produtivos em suas organizações.

JOINCY LUZ

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