Vem do latim a palavra conversa: une o prefixo com, que significa junto, ao verbo conversare, que tem a raiz verso ? cujo significado é voltar, girar, direcionar para um lado. Em sua etimologia, a conversa pressupõe, portanto, a volta para o outro, o direcionamento para o lado da outra pessoa.

Parece simples e evidente, não fosse nossa grande dificuldade em ouvirmos o outro. Quem já não se viu, em situações profissionais ou pessoais, pensando somente naquilo que vai dizer a seguir, enquanto o outro está falando? E, do lado de lá, completamente sozinho ao longo de toda uma argumentação?

Silenciar nossa voz interna e abrir espaço para ouvir, de fato, o que o outro nos diz é o primeiro passo para que uma conversa seja construtiva. Ao contrário do que o termo possa sugerir, o protagonismo em uma conversa surge quando percebemos o outro. Protagonizar uma conversa é tomar a decisão de ter uma conversa verdadeira, em seu sentido literal. É assumir sua presença na conversa. Presença que depende, fundamentalmente, de estar aberto ao que o outro diz.

Conversas construtivas são a principal chave para a solução de conflitos. No contexto de organizações, conversas bem conduzidas podem solucionar situações mal resolvidas, capazes de prejudicar ambos os envolvidos na questão.

Trata-se de uma mudança de paradigma, que estabelece formas diferentes de vivenciarmos uma conversa e de estarmos com o outro. Uma mudança que só acontece se começarmos olhando para dentro de nós e garantindo ali um lugar cativo para esse outro.

Conversas difíceis: como transformá-las em diálogos construtivos
O tema deste artigo faz parte do curso “Conversas difíceis: como transformá-las em diálogos construtivos”, coordenado por Joincy Luz, Valciria Serra e Vera Costa. O curso tem como objetivo capacitar indivíduos para a compreensão e condução de conversas difíceis em diferentes organizações e contextos, transformando-as em diálogos construtivos, produtivos e saudáveis.

Teoria “U”
A conversa construtiva tem sua base na teoria “U”, metodologia proposta pelo economista norte-americano Otto Scharmer para ajudar e melhorar as relações entre as pessoas e implementar mudanças em organizações. O formato “U” refere-se ao processo que deve ser vivenciado para que novas ideias sejam colocadas em prática. Saiba mais no arquivo PDF sobre a teoria “U”.

Por Joincy Luz, Valciria Serra e Vera Costa

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